abril 29, 2017

.das últimas lembrancas de 2016.

.28122016. eu me reerguia aos poucos, me forcava a ficar ocupada, rodeada de pessoas. me forcava a sorrir e a conversar e a qualquer coisa que me mantivesse longe de qualquer lembrança. eu não queria conversar sobre ele ou o que passou. eu não queria pensar. eu não queria trazer de volta nenhuma imagem ou palavra ou dor de tudo aquilo. meu corpo, silencio, pensamentos, sentimentos eram vazios, ocos. eu estava atônita. era melhor assim. eu estava melhor assim.
.enquanto voltava de uma viagem de Natal com um casal de amigos, eu recebi um e-mail dele. a forma de falar/escrever era a mesma: poética, floreada, cheia de sorrisos. eu tremia. meus olhos ardiam. parei  no segundo parágrafo. eu precisa respirar. desliguei o celular e só voltei a ler o e-mail quando cheguei em casa. eu precisava de silencio, de um lugar meu e seguro para digerir tudo aquilo que estava acontecendo. meus olhos foram percorrendo cada letra, cada linda palavra e combinação de cada linha. ele dizia que entre tantas coisas boas que aconteceram com ele, eu era o ponto máximo do ano dele. ele agradecia por tudo que sentimos um pelo outro e pelo o que compartilhamos. ao final, ele me disse que se fosse certo, num futuro, poderíamos nos encontrar  e cantar novamente 'a nossa música'. eu? eu só sabia chorar. eu não estava feliz, eu não estava radiante, eu não estava com saudades. nada fazia sentido naquele momento para mim. eu não tinha palavras ou uma resposta pronta. eu não sabia o que pensar. eu fiquei muda por três dias, até decidir escrever de volta. agradeci o e-mail, desejei uma boa passagem para o novo ano que se iniciava e se ele me permitisse, como ele mesmo havia feito, eu gostaria também de compartilhar meus sentimentos daquele momento. mas que eu queria fazer pessoalmente e se ele concordasse, poderíamos nos encontrar para uma conversa em breve.
.até o fim daquele ano eu morri de novo e não tive nenhuma resposta.

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