E é assim: somos uma família pequena. Dependendo das partes e do ponto de vista, somos uma família pequena. Somos em três. Ou melhor, agora quatro. Não vivo com meu pai. Não vejo meu pai. Raramente, converso com meu pai. É assim com você? Eu sei. Os pais geralmente são assim. Há excessões, sim. Eu também sei, mas geralmente são assim. Enfim.
Fomos deixados logo após meu nascimento. Não preciso dizer que minha vinda ao mundo não era planejada e muito menos anciosamente esperada. Nasci de cesariana, depois de quatro dias de atraso. Três anos depois, já estavamos sós. Só nós três. Minha mãe guerrilhou com o mundo. Lutou, batalhou e venceu. Sozinha, sempre. Longe de tudo e todos . E tudo de ruim que seria óbvio acontecer a nós, nunca aconteceu. Ela nunca deixou. Sempre nos deu a melhor educação. Não falo de luxo, colégios caros, mimos. Nunca tivemos nada disso. Falo de respeito, caráter. Mesmo com todas as limitações de seus próprios conhecimentos, ela sempre nos ensinou e nos deu a melhor educação. Tenho orgulho dela. Ela é minha riot girl!
Meu pai, oras o que dizer? Deixou uma vida boa por aventuras. O que uma buceta não faz, hein? Foi ausente, pelo menos em minha vida. Ressurgiu depois de 15 anos, com arrependimentos e palavras chorosas. Perdão? Acho que não. Ressentimentos de minha parte? Pode se dizer que sim. Nada nunca foi fácil para nós. Poderia ter sido tudo diferente se ao menos ele tivesse pensado nos filhos que deixara para trás. Pagamos , e ainda pagamos, muito caro pelos erros alheios.
Bom, esta não é uma história. E muito menos, não tem um fim. E menos ainda um final feliz. É apenas um desabafo. Meu. Da minha vida. Ou da sua.
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