maio 09, 2017

.breves meses. longos dias.

.enquanto contava os resumos de minha vida a uma amiga, eu me deparei com a quantidade de coisas que mudaram desde então e em tao pouco tempo. sim, quase sete meses depois eu ainda me refiro ao término como um divisor de tempo, de quem eu era e quem eu sou. soa quase impossível ignorar esse fato, mas já o encaro não como um fim e sim como um recomeço. muitas coisas me ergueram, me ocuparam e me fizeram enxergar, mesmo que com muita dificuldade, que em algum momento toda aquela tristeza iria passar. entre todas essas 'coisas' estavam meu chefe, meu trabalho que me proporcionou novos aprendizados e desafios, amigos de perto e de longe - novos e os meus queridos de sempre - , minhas práticas de yoga, minhas solitárias horas de leitura, meus silêncios que me permitiam me ouvir ou me aquietar internamente.

"e no meio disso tudo, em Marco, eu conheci uma pessoa que mora aqui desde Dezembro. eu ainda não sei nada sobre essa relação, mas sei que é leve e diferente. o que me parecia uma nova e boa amizade que começava foi mudando com o tempo."

.e esse tal do 'tempo' que me pareceu tao longo, tao acostumado, tao conhecido era muito pouco e curto para o que estava acontecendo. aquele sensação de que "parece que nos conhecemos há anos" acredito que se de pelo fato de nos sentirmos a vontade um com o outro, nos entendermos, nos ouvirmos, nos divertimos. eu consegui sentir de volta uma versão de mim que estava lá guardada há mais de dois anos. passei todo esse tempo tentando me adaptar, me inventar, aprender, sugar tudo a minha volta, provar ou mostrar a mim mesma minha capacidade, que não havia espaço/momento para mim como eu realmente era. conversamos sobre coisas simples, sobre sentimentos, temos nossas opiniões - que se igualam/complementam/divergem - sobre gostos comuns, compartilhamos novidades e nos tratamos bem. eu resgatei um sorriso bobo e um rosto vermelho a cada mensagem, uma gargalhada para cada coisa engraçada e uma vontade - não apenas física - de querer estar perto. eu não sei o que esperar, não sei o que falar ou como falar sobre essa relação. não sei o quanto dura, não sei da parte dele. não digo que "não ligo" ou que "tanto fez". tenho uma admiração, respeito e consideração gratuita e ele como pessoa antes de tudo. talvez eu só esteja tentando me proteger. ou talvez eu esteja tentando me enganar. sei do que eu sinto. e só sei que gosto disso.




 

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