novembro 23, 2016

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.eu lembrei dele em uma noite incrivel em que eu estava sozinha mas que se estivessemos juntos estariamos a mil, conversando, com nossas cabecas explodindo de tanto coisa interessante que eu vi e ouvi. quando cheguei em casa, escrevi para ele e contei por alto tudo aquilo. ele era meu melhor amigo antes e apesar de tudo e era com ele com quem eu podia conversar sobre estas coisas. eu senti falta dele, mas nao sabia se era saudade.

.ele nao me respondou na hora ou no dia seguinte, ele me respondeu so uma semana depois, a meia noite, tirando o meu sono. tres grandes janelas de conversas. e ele me chamando pelo meu primeiro nome.

.ele disse que estava sendo dificil retomar uma vida de estar sozinho e ser solitario. e que agora ele nao conseguiria ser apenas meu amigo. e por isso, nao queria forcar nenhum contato. me pediu apenas para acreditar no mundo em que vivemos e que coisas lindas aconteceriam na hora certa, e se fosse certo para nos no futuro, seriamos entao apenas amigos.

.e agora eu nao estou morrendo como aconteceria antes. eu ainda penso nele. claro. quando estou so, sem fazer nada. mas penso de uma forma diferente... fico tentando encontrar meus erros e tento lembrar todos os sinais que ele poderia ter me dado ou me deu, de que as coisas nao estavam bem. quando penso nele, todos os sorrisos e beijos e carinhos e palavras e planos e sonhos e abracos e lagrimas e gestos que me vem a mente, veem junto com uma interrogacao: sera que era de verdade? sera que era natural? quando penso nele, vem uma onda de aceitacao, varias formas e justificativas de compreensao e um estranho alivio que ainda nao consegui identificar. mas quando eu penso nele, eu tambem penso em mim: eu penso que eu posso ter amado ele como eu nunca sequer pude imaginar ser possivel amar alguem, de forma tao completa e intensa, mas que acima de tudo, de todas as incertezas e insegurancas e duvidas e falta de respostas, eu tenho que olhar para mim e tambem aceitar e respeitar e compreender minhas justificativas de desapontamento e meus sentimentos machucados. eu tambem tenho que respeitar toda a energia e esforco que fiz diante de todas as minhas barreiras e realidades. e, de verdade, eu queria ser a parceira ideal para estar com ele pelo resto de nossas vidas. dias de exaustao fisico, energico e mental, rotinas e horarios de trabalho absurdos, sempre estar ao lado dele, esperando por ele, para ele, buscando a parte em cada dia uma nova oportunidade de estar aqui, de melhorar como pessoa, com o idioma, com uma renda melhor e com um medo maior ainda de 'as coisas nao darem certo'... quando eu penso em mim, assim, dessa forma, as vezes me questiono se estou sendo imatura, egoista e se ainda estou sendo tao cega a ponto de nao enxergar, de novo, o que esta errado.



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