.as nossas primeiras conversas desde entao foram francas: sem muitas pretensoes ou expectativas, iriamos tentar nos comunicar, nos entender, nos respeitar, ser pacientes e conhecer melhor um ao outro antes de qualquer coisa. ok. vamos fazer isso!
.dias apos ao nosso "novo acordo", ele viajou por quase um mes. eu estava aflita e tentava achar solucoes para conciliar meus dias, horarios e realidade aos dias, fuso horario e realidade dele. fizemos inumeras trocas fotos, videos, audios, mensagens, tentivas de ligacoes... mas nem sempre conseguiamos manter essa sincronidade em perfeita harmonia... tinhamos delay nas respostas, tinhamos dias exaustivos, nos perdiamos em alguns sentidos e significados... mas tentavamos sempre manter a calma, o carinho, a paciencia e o respeito por aquelas 3 longas semanas.
.certo dia uma amiga de trabalho perguntou se eu nao sentia inveja ou ciumes disso tudo. e eu respondi - com uma paz que eu mesmo nao sei se onde veio - que nao sentia nenhum dos dois. obviamente, eu sabia que o fato de ele estar sozinho, viajando por longo tempo e a possibilidade de conhecer uma 'pessoa' interessante era 'possivel' e isso eu nao podia negar ou mentir. era uma 'inseguranca' que eu sentia e que era algo inevitavel. mas inveja ou ciumes da vida que ele tem, nao. eu respeitava e aceitava a situacao porque sabia que 'essa era a vida/trabalho/paixao dele'. o trabalho dele envolvia/envolve mais viagens do que eu gostaria/gosto, mas isso e o que faz ele feliz e realizado e cada vez mais convicto dos ideais dele. se foi isso (uma das coisas) que me fez gostar dele, por que eu seria contra? todo esse pensamento e posicionamento veio tao rapido e firme a minha mente que, pela primeira vez, eu percebi que havia algo 'diferente' dentro mim. eu nao saberia dar nomes ou rotulos 'a aquilo'. eu so sentia que algo estava diferente.
.eu sentia/sinto as mesmas insegurancas do primeiro dia (minhas limitacoes, nossas diferencas culturais, nossas diferentes realidades e experiencias de vida, de estudo, de renda, de estabilidade, de ideias e teses e modos de demonstrar coisas...), sabia o quanto eu havia ficado arrasada quando terminamos na primeira vez (e como tudo se sucedeu ate o fim)... mas eu nao tinha mais 'medo'... medo de tudo acabar, medo de nao ser boa, medo de que nao de certo... ou como nos relacionamentos anteriores onde eu senti medo de ser traida, medo de ser deixada, de o outro ir embora, medo de ser usada... medo, medo, medo... se acabar, se eu nao ser boa, se nao der certo... se eu for traida, for deixada, se ele for embora... vai doer. de novo. talvez por um longo tempo. talvez mais do que eu imagino. mas eu sei que um dia eu vou levantar. de novo. e vou encontrar, denovo, um outro jeito/tipo de felicidade em outras coisas que me fazem bem nessa (minha) vida. e era isso... eu nao saberia explicar ou dizer se 'aquilo' era um sentimento sobre ele... mas acho que era muito mais um sentimento - ainda indefinido - sobre mim.
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