.depois de todo o silencio e de tantos dias-meses sem uma virgula sobre seus dias, as suas primeiras letras foram distances, sinceras e diferentes. "se fossemos seguir o caminho da amizade, precisamos de tempo para isso. entao, sugiro algumas semanas de respiro. como isso soa para voce?". era estranho nao ter voce mais na minha rotina, nos meus momentos, breaks e respiros. eu me sentia incompleta, assim como sempre me sentia quando voce precisava partir, mas a vida sempre seguia, num ritmo intenso e unico a cada dia, e assim deveria seguir. eu nao teria mais voce comigo. nao como desejei a mim mesma quando te vi pela primeira vez, sem ao certo entender aquele sentimento/desejo. mas ainda sim, aquele carinho/sentimento/admiracao nao era raso para deixar tudo evaporar. eu ainda desejava voce por perto... mas como uma pessoa que eu queria carregar para minha historia e vida. eu poderia nao ser a pessoa ideal ou a mae formidavel que voce almejava, mas dali, poderiamos manter uma amizade sincera, respeitosa e tenra.
.sem saber de onde tirei toda a coragem para te procurar, nos rendemos a mensagens esporadicas e convites marcados e desmarcados, para uma semana ou mais dois dias depois.
.quando nos reencontramos, era fim de tarde de sabado, sol e frio do lado de fora e um iceberg dentro de mim. meus passaros pretos berravam de tao ansiosos que se encontravam. voce estava doente e nao conseguia sair de casa. fui ate voce para uma xicara de cha. minhas primeiras impressoes, o pouco contato visual, as poucas expressoes e palavras do primeiro instante em que te vi quase me fizeram desistir daquilo que eu achava que seria loucura. voce estava diferente. seu tom, olhos... eu nao via seu sorriso. te senti frio e distante, e me senti pequena e estupida. eu olhava o relogio e via os minutos se arrastarem... naquele momento, eu so queria ir embora e desaguar. por duas vezes eu disse que precisava ir. e voce apenas respondeu "ok. se assim, voce insiste". respirei fundo e com um sentimento de saudade anunciada, como se aquela fosse ser (mais) uma despedida, olhei nos seus e pedi um abraco. voce disse que sim e me abracou. me abracou como antes: de olhos fechados e sorriso leve no rosto... eu te senti de volta, senti seu cheiro, acariciei seu rosto e te beijei. naquele momento nao achei que fosse certo, achei que fui intrusa, desrespeitosa. mas voce em seguida me puxou para perto, me tirou para dancar e depois de alguns minutos de silencio, disse que, nao sabia se era certo, mas que queria que eu ficasse naquela noite. sem saber se seria certo e o que viria depois, eu decidi ficar...
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