junho 19, 2014

.para registro, a nível de lembrete.

Não. Eu nunca pensei que fosse possível. Achava que era uma admiração sozinha, solitária, platônica, só minha, que eu cultivava em minha pobre cabeça e em minhas fantasias bobas. Algumas palavras ditas antes e eu logo já suspirava, achando ele lindo e doce e educado. Mas ainda assim, nunca imaginei que seria possível.

Mas, em uma noite despretensiosa, de anseios, tudo mudou.

Chegando lá, minha primeira visão naquele mar de pessoas era ele. Ele me avistou e sorriu. Entrei e ele logo disse: "descobri que gosto de você". Eu sorri de volta. "É, eu te vi, fiquei feliz em te ver e pensei: eu gosto dela. Então, é isso, eu gosto de você". Ah, obrigada! Me dá um abraço então! E um abraço tímido, de brincadeira, aconteceu.

Conversa vai e vem, e logo estava tomada de de toda aquela minha paixão, sozinha, solitária, platônica, só minha, que eu cultivava em minha pobre cabeça e em minhas fantasias bobas. Ele estava muito próximo. O rosto, aquele par de olhos azuis, aquele sorriso, tudo muito próximo. E eu tentando disfarçar. Conversas ao pé do ouvido,  risadas, brincadeiras. E a garota ao lado gostava dele. E ela abriu seu coração para mim. E eu ouvi e entendi tudo. Claro, ela: linda, loira, pálida, simpática.

Me levantei e fui me desculpar com ele. Achei que eu estava dando muito na cara o quanto estava apaixonada por ele naquela noite e eu não queria causar nenhum desconforto entre ele e a garota ao lado. E ele apenas completou: "ela está certa de sentir ciúmes, porque eu também quero". Eu achei que estava alta demais e aquilo era invenção da minha cabeça. "Eu também quero muito te beijar essa noite." Quando tentei entender, ele saiu andando, sorrindo e balançando a cabeça.

Respirei fundo e voltei para a mesa. Só podia ser invenção minha. Ele se aproximou e a garota ao lado também. Resolvi deixá-los a sós. Nada parecia acontecer. Fui ao banheiro e no caminho, ele estava lá, sorrindo. Me puxou pelo braço e me botou contra a parede. Ele pediu só um beijo. Eu não ia negar, embora repetisse várias vezes: mas e aquela garota? E ele me beijou. Não só uma, mas várias vezes. E disse: "eu sabia que ia ser bom! Eu sabia! Sabe quando você se interessa pela pessoa, quer conhecer ela melhor, saber o que ela faz, do que gosta, como está? É isso! Eu sabia que ia ser bom". E eu só sabia sorrir.

A noite foi passando e eu me desencontrei dele. Fui embora e não o vi mais.

Ok. Sejamos realistas: foi uma noite insana. Muita bebida e pessoas e coisas. Nada aconteceu como eu queria, porque no começo daquela noite, eu nem queria ou imaginava nada. Eu não sei o que vai acontecer e se vai acontecer. Mas queria sim, que não fosse só mais uma loucura de uma noite de terça.

Um comentário:

xoxo, B. disse...

loira, linda, pálida! haha! s2