.a forma seca em que pronunciou as últimas palavras - que na verdade foram 'melhor te levar para casa' e 'tchau' - a falta de tato, os passos rápidos e a despedida de abraços econômicos tiraram parte do sono, que naquela noite, estava para lá de pesado.
.a sensação de insensibilidade, de objeto de uso, de falta de paciência e toda a grosseria gratuita me deixaram inquieta.
"Ok. Imagina. Ele até agora era 'o cara', não ia ser tão otário assim. Minha cabecinha tola deve estar inventando estas sensações. Deve haver explicações freudianas para isso. Deve ser a lua. Ou os hormônios. Não faz a louca. Esquece. Não. Ele não. Ele nunca. Imagina. (risos internos e irônicos) Dorme. Logo passa, sua boba."
.mas não passou. ainda não.
.não demorou muito e numa conversa sem pretensões, toda aquela sensação de insensibilidade, de objeto de uso, de falta de paciência e toda a grosseria gratuita se confirmou... por ele - usando termos mais grosseiros ainda (que não merecem ser citados). naquele momento algo ficou claro para mim: de todos os males, a decepção é a que dói mais.
.por mais que a gente ache/fale que 'ele é perfeito', pessoas perfeitas não existem. não se pode agradar a todos, a todo momento. fato. imperfeições, diversidade, desigualdades, discordâncias existem e o desafio é tentar conviver de forma harmoniosa, saudável e proveitosa diante disso tudo. os dois. sempre com muito respeito. mas ao mesmo tempo, ninguém é obrigado a aceitar tudo isso: imperfeições, diversidade, desigualdades, discordâncias. assim, como ninguém é obrigado a aceitar/aturar minhas crises e minha TPM - que é estrondosa e devastadora até para mim mesma! Mas que fique claro: nem por isso, enfio ou despejo isso goela abaixo das pessoas ao meu redor.
.e foi quando tudo ficou, de certa forma, mais claro ainda: não era aquilo que eu queria. nada daquilo, agora, por enquanto, nada daquele pacote: obrigações, satisfações, apego, sentimentos diversos, dependência, 'amor', ciúmes, inseguranças, medos. o meu bem estar - seja ele qual for e como for traduzido (paz, liberdade, leveza, sanidade, conforto) - está acima de qualquer coisa, e trocá-lo por um par de braços, desculpe meu rapaz, mas não dá. ainda é pouco.
Um comentário:
ainda mais por uma embalagem de KY ¬¬
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