janeiro 15, 2012

.rascunhos III.

.era dia de semana. eu saía do trabalho e ia a um show. passei em um bar para beber com uns amigos. a noite estava tão agradável que estar ali era mais interessante do que gastar nossos poucos trocados com alguma possível banda. resolvemos todos então, ficar e 'beber'. as horas foram passando e quando me dei conta, ele apareceu. olho pro lado e lá estava ele, sorrindo, sendo simpático e conversando. e eu ficando vesga e suspirando e tentando raciocinar. 'disfarça e bebe mais, ele nunca vai te dar bola' era o que eu dizia a mim mesma. E como numa alucinação alcoólica, ele disse que queria me beijar. Eu, repentinamente, pedi-lhe então o tal beijo. Não sei aonde estava com a cabeça e nem o que ainda me pertencia naquela hora e naquele estado. Como numa reedição mal feita de imagens, lembro de beijá-lo, de cair no chão, de dormir e de acordar com ele,businando no meio da rua, , de eu pedir para ele parar o carro para que pudesse vomitar, de chegar até o portão de minha casa e da dor de cabeça do dia seguinte.
Daquela noite em diante, as coisas foram acontecendo: surpresas, encontros, uma primeira vez (duas... três...). Ele me trazia cervejas e me ajudava com as compras de madrugada. Mesmo não querendo, mesmo sabendo que era impossível, eu me apaixonei. Era ele, o meu primeiro amor de verdade. O primeiro amor e a primeira dor e a primeira grande perda. Nunca tinha provado tanto amor e tanta tristeza.

.ele pegou a minha mão, a beijou e a levou até seu coração.

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