Apenas para amores possíveis.

O meu amor possível tem que usar samba canção. Tem que ter senso de humor. Ri de si mesmo, de mim e para mim. Tem que saber contar piadas esdruchulas. Tem que ser inteligente, gostar de livros e filmes. Tem que ser nerd, porque eu amo nerds. Ou não. Enfim. Tem que usar aparelho fixo, óculos e fazer flexões no fim de tarde, porque essas são as minhas taras mais sérias. Tem que gostar de beber e gostar das famosas conversas de bar. Ele tem que gostar de sair nos fins de semana mas tem que gostar de fazer bons programas em casa. Ele tem que gostar de comer porque eu adoro cozinhar e se ele souber cozinhar, eu já morro ali mesmo de tanta paixão. Ele não pode ter vergonha das minhas estranhezes espontâneas, dos meus transtornos hormonais e nem dos meus pés. Ele não pode ter preguiça também. A não ser que seja aquela preguicinha gostosa que me arrasta para junto dele. Ele tem que ser romântico e me fazer surpresas bobas. Eu nem quero um carro na garagem ou um anel de diamantes. Um par de meias coloridas e um cartão feito de ultima hora já me derrubam e me fazem toda dele. Ele tem que ser 'tosco', ou não-convencional. Amores possíveis perfeitos e certinhos perdem o gosto. Ele tem que ser bom de cama mas sendo natural. Pirofagias, performances e todas as posições do Kama Sutra tiram o clima de intimidade. (e ficar das 02h as 07h, na virada do ano, só metendo não dá porque, meu amor, chega uma hora em que dói e arde). Ele tem que ter bons gostos musicais e gostar do antigo também. Tem que gostar de banhos e de se vestir 'bem'. Tem que aparar a barba, se ele a tiver. E só e sem exageros metrossexuais. Pele, cabelo e menos pêlos que eu, não rola. Inadmissível, oka? E para completar, coisas básicas e indispensáveis, as quais nem precisariam de legenda ou serem lembradas: ele precisa ter caráter e entre ambos, antes de tudo, precisa ter respeito e amizade.
E se não tiver nada disso, o resto já não vale a pena.