março 25, 2016

.uma parte de mim mesma.

.eu poderia comecar esse texto com mil frases e questoes, como: e preciso se perder para antes de tudo se achar, viajar e perder e achar tudo ao mesmo tempo, estar longe e se livrar da sua zona de conforto, e se por a prova a todo momento, e se conhecer ou reconhecer de forma profunda. mas a frase/questao/pensamento que mais me martela nesse momento e quando eu disse que aqui a cada dia a gente se inventa e reinventa a todo momento... e ele so me complementa/questiona/me faz refletir dizendo se, na verdade, aqui a cada dia a gente se descobre de verdade...

.ainda sem saber responder ao certo, apenas sinto que aqui a gente se adapta a tudo, a todo momento, sem nunca ter imaginado que viveria tal situacao, seja ela qual for, e seria capaz de crescer com ela. mas sim, nesse processo de meta-morfose, para se adaptar a sua realidade e ideais e metas aqui - porque eu nao vim a passeio (rs) - voce acaba por criar/descobrir uma nova versao de voce mesma - sem muito de voce mesmo, digo... sem toda a sua historia passada/vivida do que te rouxe e do que te fez ser quem voce e, para ser o que voce simplesmente e aqui e agora. e em todo esse processo e ansia de voce mostrar quem voce e (aqui e agora) com todas as limitacoes e barreiras de idioma e cultura, voce tem que se fazer presente, buscar oportunidades, falar, existir, correr, agarrar, planejar, sonhar, morrer, chorar, mudar, pensar e repensar.. a cabeca nao para, assim como os olhos e todas as emocoes juntas em tudo que voce vivencia/presencia/ve/cheira/sente tudo ao mesmo tempo, que te leva longe e te faz esquecer as vezes, quem voce e de verdade, a sua essencia, seus defeitos, manias, habitos, gostos e desejos.

.aqui e agora, sou a mulher com visual de garota, que estuda ingles pela 'segunda' real vez em sua vida e que busca por oportunidades de melhorar esse idioma e se desenvolver profissionalmente. aqui e agora eu sou uma pessoa frustada com o idioma e com as ultimas coisas que vivi: empregos que nao amo, dificuldades de desenvolvimento da lingua, com muitos ganhos mas com algumas infelizes perdas (novos contos para a minha serie pessoal dos amores possiveis-impossiveis) novos planos e medos para um ano que comecou ja intenso em sentimentos. aqui e agora eu sou uma pessoa que corre contra o tempo, contem os gastos e quer agarrar todas as oportunidades cabiveis e reais (mas nao impossiveis) de ficar aqui cada vez mais, aqui e agora, nesse lugar que me faz chorar e alegrias e tristezas e que me faz ser mais apaixonada por tudo que vejo. aqui e agora eu sou uma pessoa sozinha porque nao me vejo e nao me encaixo em muita coisa ao meu redor e tudo que ainda quero viver, vai depender dessa minha dificil desenvoltura em falar/expressar/aprender de forma 'fluente' esse idioma que vai alem das leis gramaticais da escrita. mas antes de ser o que sou aqui e agora, lembro da menina mulher de quem eu era, da pessoa que sempre teve medos, que buscou um 'sonho' (literal) dificl, que resolveu tentar, que nao vai salvar o mundo, mas que busca sempre ser melhor para o mundo a sua volta, seja seus parentes, amigos, colegas de trabalho, que adora aprender, que adora ver/perceber/sentir, que tem gostos diferentes - e tenta nao se culpar tanto por isso -, que nao se obriga e nao obriga os outros a nada, que respeita cada um - mesmo nao concordando/aceitando alguns conceitos/ideais/modos/pensamentos/pessoas - que tenta compreender o outro, que passaria horas calada em seu universo paralelo porque eu sempre fui assim, muito sozinha, aprendendo sozinha, estando sozinha e estando bem sozinha, mas que ao mesmo tempo me torna uma pessoa que exala amor/carinho/sentimento no olhar, que um dia quer encontrar alguem que me acolha em um simples abraco e me aceite com todas essas reticencias e silencios e modos espontaneos e estranhos - mesmo que um dia, ou por algumas vezes, eu tenha achado que 'era de verdade' mas a vida de verdade tenha me mostrado que eu estava enganada.

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