.quase um ano depois aqui, um ano repleto de primeiras vezes, de primeiras sozinhas vezes, de tantos sentimentos juntos e misturados e novos e intensos. de dias-noites repletos de vivencias/sorrisos/choros/dores/alegrias/cansacos/conquistas/superacoes/medos novos, chego entao aos meus primeiros trinta e cinco anos. um fim de semana de folga, seguido de semanas infernais onde Murphy nao estava pegando leve em sua filosofia, me pego viajando para um lugar especial qualquer, sozinha, comemorando sei-la-o-que comigo mesma. podia ser tudo, menos os trinta e cinco anos. confesso que a alegria se traduzia em enfim nao trabalhar, em viajar, em planejar rotas, ativar olhares para todos os lados e poder me perder em minhas horas e cliques e cliches. nao ao certa ainda se era aonde eu queria estar ou com quem - nada substitui um abraco de verdade, de perto, um olhar, um sorriso de quem te conhece, te acompanha e te completa de verdade - mas era o que eu tinha de melhor naquele momento: eu e eu mesma. e se era para ser assim, sozinha, em minhas escolhas, que assim seja.
.o cansaco das semanas anteriores se traduzia nas unhas mal feitas, no cabelo desgrenhado, na falta da maquiagem e da roupa mais bonita. peguei minhas roupas mais confortaveis, minha mochila, minha Canon, casacos e tenis quentinhos e fui. dia chuvoso e previsao de tempestade. voos cancelados e o meu era um deles. e agora? o que eu tenho que fazer? olha o site da empresa aerea, manda mensagem, checa emails, fica atenta aos avisos na fila de embarque. olha pros lados, respira, se concentra, tenta rebooking, nao consegue o proximo voo e nem o outro. olha as reservas, analisa a possibilidade de cancelamento, tenta o dia seguinte 'mas voce ainda vai ter um domingo so para voce. venha!' e fui. mas enquanto o calendario nao virava, me permiti jantar no meu restaurante favorito. chequei todas as minhas mensagens e imagens recebidas, chorei com uma ligacao em especial, pelo gesto, pelo dia, pela carencia, pela saudade dele e dos amigos que ficaram dos lados de la. passei a noite bebendo com minha companhia favorita aqui, que me protege, me acolhe, me aconselha, me faz rir e chorar. vira o calendario, dorme duas hora e vai. dia frio e chuvoso, acho de primeira minha 'casa', descanso por mais duas horas, espero a chuva passar e saio. Liverpool e linda e apaixonante. me perderia horas por la, mas precisava fazer meu roteiro de dois dias pelas proximas oito horas. Strawberry Field era minha unica parada obrigatoria, o restante seria do acaso. andei. andei, andei, parei, fotografei, sorri, comi, andei, andei, andei, encontrei coisas incriveis e terminei a noite em um pub para ver uma partida de futebol. nada mais tradicional e ingles que isso. foi divertido. ganhei bebibas de um ingles vestido de papai noel. voltei para casa, me perdi, achei um mercado, me achei e voltei. dormi algumas horas e logo ja estava de volta a cidade, aos trabalhos e a vida que aqui (ainda) me espera para mais primeiras (ou segundas) vezes.
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