.e daí que são quase três da manhã e para variar você está sem sono. e daí que você está com um furo no peito e uma vontade absurda de desaguar todo o carinho e sentimento e sentido inventado que você tanto hesitou para não topar mas caiu de peito e braço aberto. e dai que você se pega ensaiando um tchau, que pode ser dado amanhã ou daqui a duas semanas. e daí que você pensa que tudo é mais uma dessas bobagens que a viada da vida te mostra e tem a certeza de que não há motivos para continuar."vai ser amanhã e vai ser definitivo. e vai acabar e vou ficar muda e vai ficar tudo bem, tudo normal. vai ser fácil."e daí que o que você mais quer é aquele minutinho de atenção, no meio do caos que tem sido estes últimos dias, junto com o bom dia rouco, a visita de médico no meio da tarde, a piada interna, o emaranhado de pernas e braços de quando a gente se encontra. e dai que você se odeia por querer tudo isso e acha tudo patético e ridículo quando você simplesmente olha e fica sem palavras diante de cada ação. e daí que o buraco aumenta e sangra quando o nível de envolvimento oscila e se descompassa.
(será que dá para desfazer esse nó e me deixar só?)
...
você tem todo o direito de escolha, de querer ou não.
eu sei.
então larga. se você não quer, por que não faz? parece hipocrisia.
não, nada disso. sei que não quero e não posso. mas não quero e não consigo. não é hipocrisia. sou cuzona mesmo.
...
(eu sou uma frouxa mesmo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário