(e eu querendo morrer e tendo que sorrir um sorriso amarelo e sem graça e com ar de derrota)
.foi bem? como tava? foi fácil? - essas eram as perguntas de oito entre dez pessoas que cruzavam meu caminho.
.não muito. bem técnica. não foi difícil. - essas eram as respostas de oito entre dez pessoas que cruzavam meu caminho.
.(...) e uma cara de dedo - essa era a reação das oito entre dez pessoas que cruzavam meu caminho.
.mas como você não conseguiu? - essa era eu, me indagando internamente, a cada questionamento alheio. não consegui. não sabia. não deu. não foi dessa vez. é simples, ok?... não, não é. é uma merda. imagina você querer tanto, você tentar tanto e o tanto não dar em nada, não significar nada, não valer nada. é uma merda se assumir incapaz e perceber que 'não, você não é tão boa', que as noites em claro não te levaram a nada e que no momento, por 'bobeira', você foi pela opção errada. e mais: ter que ficar se explicando pela sua incapacidade.
(eu só queria que as pessoas se calassem e me deixassem quieta para 'esquecer' a tempo de não me afundar ainda mais nessa minha incerteza inconstante que se aproxima, cada dia mais. é inevitável passar por isso tudo sem pensar, comparar, imaginar: e se der tudo errado? e se eu não conseguir, se eu não souber, se errar denovo? tem muito mais do que 'economias' nessas decisões. tem os anseios da família, que quer e espera sempre o teu melhor e os teus resultados porque eles também dependem disso, tem os esforços coletados e organizados de sonhos inteiros de uma vida inteira, tem a carência assumida de todas as coisas que te fazem bem e que te farão falta em doses cavalares... e sim, estou me cagando com tudo isso, me congelando inteira por dentro, me odiando em todos os sentidos por ser assim tão inconstante e ainda tão insegura)
.okay, eu não sou boa e eu sou insegura. tá feliz? tá conformado? entendeu? então agora dá para parar de fazer essa cara de dedo e deixar eu tentar me encontrar para tentar voltar ao normal? grata.
(...)
(cara de dedo)
.ah, que fique bem claro: a decepção não é só de vocês.
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