Há pouco mais de algumas semanas, publicaram um texto impactante sobre uma nova geração de mulheres entitulado como "A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer". Ok. O texto, escrito por uma mulher, que mescla a sua carência, com a dificuldade de se encontrar alguém para se dividir algo e que te aceitem como você é, ou melhor, como somos agora: independentes. Um texto pessoal, de opinião, que me chamaram a atenção para isto:
"O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família."
O tal texto trouxe muita discussão, muito questionamento. Acho esses momentos sempre válidos, nos forçando a refletir sobre visões e possibilidades, a sair da nossa caixa, ou bolha. Mesmo que mude pouco ou quase nada, acho que é um exercício sempre válido. Somos humanos, somos errantes. Me permito a crescer, mudar opinião, amadurecer, ter pontos diferentes. Obviamente, não demoraram para postar outro texto entitulado como "A incrível geração de mulheres chatas", também escrito por uma mulher, bem 'acompanhada', sobre como a ladainha da solidão e da dificuldade de se encontrar alguém pode se parecer como uma desculpa chata.
Os textos em mim, trouxeram outros anseios. O primeiro - muito mais que o segundo - me chamou a atenção para o quanto é difícil ser tudo aquilo, e ainda ser mulher. Lidar com um mundo externo, que nos cobra por todos os lados, e ainda assim, seguirmos nossos instintos sentimentalistas, numa relação do que você quer ser e do que o mundo espera que você seja. Ainda mais porque, o fato de 'ser mulher' pode te trazer alguns benefícios em alguns campos, mas no trabalho, seja em um ambiente interno ou na disputa por um, não vai te agregar ou te beneficiar em quase nada (mas isso, cai em outra discussão).
Sinto, e falo por mim, que o mundo tem anseios machistas. Como já havia comentado: "É a sociedade como um todo" reflete bem a educação que temos desde que nascemos: mulher tem que casar e ter filhos (???). E se você se opõe a isso, em pensamento, em atitudes ou na forma que você escolhe viver, você é tachada, julgada, não só por homens, mas - em muitos casos - pelos nossos familiares, amigos, amigas.
Isso para mim é uma realidade, não uma desculpa por estar sozinha. Isso de casar e ter filhos não tem que ser uma regra em sua vida, ou ao menos na minha, não é. Me vejo com minha mãe, que se separou cedo e sempre batalhou sozinha e que deveria ter me educado de forma diferente e não para casar virgem, conversando sobre casamento, filhos e netos - que ela já se conformou, com pesar, que eu não vou dar. Se eu queria dar alegrias a minha mãe? Oras, é claro. Mas, não necessariamente essa - uma pena ela não se orgulhar de outras conquistas minhas. Mas enfim, que fique claro: isso de não casar e não ter filhos independe, ao menos agora, de estar com alguém ou não. São minhas escolhas (mas isso, também cai em outra discussão).
Isso para mim é uma realidade, não uma desculpa por estar sozinha. Isso de casar e ter filhos não tem que ser uma regra em sua vida, ou ao menos na minha, não é. Me vejo com minha mãe, que se separou cedo e sempre batalhou sozinha e que deveria ter me educado de forma diferente e não para casar virgem, conversando sobre casamento, filhos e netos - que ela já se conformou, com pesar, que eu não vou dar. Se eu queria dar alegrias a minha mãe? Oras, é claro. Mas, não necessariamente essa - uma pena ela não se orgulhar de outras conquistas minhas. Mas enfim, que fique claro: isso de não casar e não ter filhos independe, ao menos agora, de estar com alguém ou não. São minhas escolhas (mas isso, também cai em outra discussão).
Ok. Voltando aos textos. Agora discordando um pouco do segundo: às vezes me indago em pensamentos em estar com 33 anos e ainda não ter 'encontrado a tal da outra metade' - embora achasse que já a tivesse encontrado na última vez.
Não digo que há falta de 'homens', mas afirmo, em minhas experiências, que é difícil encontrar alguém com quem realmente se possa contar e dividir uma vida, alguém que valha a pena e que dure mais que uma noite, uma semana ou um mês. Falo do pacote completo, não só das coisas boas. Quando me relaciono, caio de cabeça, faço tudo para que dê certo, que siga em frente, me desdobro, me acabo, amo, sofro, sinto doer, choro... Tento.
Dizer que sinto falta, saudades, que queria ter alguém me torna então uma chata reclamona? Poxa, ter alguém é bom para compartilhar coisas. Quem discorda disso? Mas sei que isso, não é tudo na vida. Ainda tenho louças para lavar, contas a pagar, gatos para cuidar. Além de que, as vezes cansa todo o passo-a-passo de 'estou conhecendo alguém', e no fim das contas, é melhor ficar só (mas como eu já disse, isso cai em outra discussão).
Um comentário:
olha.. posso dizer que "o passo-a-passo de 'estou conhecendo alguém'" só perde para a aflição do dia seguinte ao primeiro beijo/noite. Gostei de ambos os textos, cada um com suas partes que a gente mais se identifica. E não, você não é uma chata... é que amar virou coisa de gente corajosa (meu pai diz isso para mim com muita frequência por eu ser romantica demais e me machucar demais também). xoxo, B.
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