.dai eu entrei naquele quarto mundo tão aconchegante e tão convidativo para aquela noite preguiçosa. a cama bagunçada somada aquele par de braços e bons carinhos era tudo que se poderia desejar - e que já tinha desejado em outras vezes - num domingo a noite, fim de uma semana corrida e cansativa. e esse encantamento seguiu até eu ver aquela embalagem de 'k.y.', brilhando, se destacando entre os perfumes e relógios e afins. aquela embalagem já bem usada, amassada, com jeito de 'te-uso-a-todo-momento-porque-sou-um-puta-comedor'. e ali, eu brochei. fiquei muda, seca, sem graça, sem jeito, travada. sentia a todo momento que aquela embalagem queria me dizer alguma coisa. eu olhava para ela e era como se ela 'berrasse' verdades para mim. daí comecei a olhar para os lençóis, as roupas no chão, o teto. deveria haver mais algum sinal. ou algo que me tirasse daquele foco absurdo. mas as merdas nunca vêem sozinhas. elas vêem com neuras e palavras e momentos grosseiros. talvez mal entendidos. mas ainda assim, grosseiros. os carinhos e as palavras já não era tão doces e presentes e o peso das mãos eram sentidas de formas diferentes, quase invasivas. já que eu não estava muito 'aberta' - em todos os sentidos e trocadilhos - não demorou muito e a noite terminou logo depois do 'melhor eu te levar em casa'.
#hunf
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