Depois de um fim de semana conturbado e crises extremas de ansia, meu fim de domingo se resume aos clássicos filmes deprimentes do Van Damme com a tecla SAP acionada. Oka. Totalmente fora do contexto, mas a cena foi perfeitamente adaptada ao cenário da minha deplorável vida real.
Enquanto o telefone tocava e ia ecoando pelo sala, as legendas imitavam a ficção filmada da tv. A porta se abria e lá aparecia [porta rangindo] . Barulho de pássaros? [passarinhos cantando] e mais alguns curiosos como [musica de clima suave] , [gemidos] e ... por todos os lados em todas as frases não terminadas! Tudo isso enquanto o telefone tocava e enquanto ele falava e enquanto ela falava e enquanto meu coração disparava já sabendo tudo o que ali acontecia.
Conheço bem tudo isso.
Maldito 6º sentido.
Ainda ontem falava dele ... enfim ...
Se eu tivesse uma tecla SAP naquele momento, rolaria algo do tipo [clima tenso momentâneo] , [silêncio desconfortante] , [olhos virados para o teto] , [inquietação da moça sentada no sofá] , [leve dor] e muitas ...
O mocinho estaria estirado no chão, lindo e imóvel. E doce. E fodidamente doce. E eu fodidamente apaixonada.
[vontade irônica de rir da própria desgraça]
[drama]
É. Essa sou eu.
Minhas pernas ficaram bambas do jeito que só ele sabe fazer e um mundo de dúvidas se instalaram ali.
[apreensão]
Maldito desabor.
Mea culpa.
Algumas poucas palavras e breves explicações não cobradas e espontâneas.
"É a sua vida..."
...
...
...
[suspiro]
[olhares]
"Vem cá..."
...
...
[estranho alívio]
[estranho querer]
[estranho gostar]
...
...
[e o abraço mais foda do mundo]
...
...
"Vem, vamos dormir..."
"Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio, você é lindo dormindo, seu filho da puta. Eu te amo."
(Clarah Averbuck)
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