março 26, 2007

SAP

Depois de um fim de semana conturbado e crises extremas de ansia, meu fim de domingo se resume aos clássicos filmes deprimentes do Van Damme com a tecla SAP acionada. Oka. Totalmente fora do contexto, mas a cena foi perfeitamente adaptada ao cenário da minha deplorável vida real.

Enquanto o telefone tocava e ia ecoando pelo sala, as legendas imitavam a ficção filmada da tv. A porta se abria e lá aparecia [porta rangindo] . Barulho de pássaros? [passarinhos cantando] e mais alguns curiosos como [musica de clima suave] , [gemidos] e ... por todos os lados em todas as frases não terminadas! Tudo isso enquanto o telefone tocava e enquanto ele falava e enquanto ela falava e enquanto meu coração disparava já sabendo tudo o que ali acontecia.

Conheço bem tudo isso.

Maldito 6º sentido.

Ainda ontem falava dele ... enfim ...

Se eu tivesse uma tecla SAP naquele momento, rolaria algo do tipo [clima tenso momentâneo] , [silêncio desconfortante] , [olhos virados para o teto] , [inquietação da moça sentada no sofá] , [leve dor] e muitas ...

O mocinho estaria estirado no chão, lindo e imóvel. E doce. E fodidamente doce. E eu fodidamente apaixonada.

[vontade irônica de rir da própria desgraça]

[drama]

É. Essa sou eu.

Minhas pernas ficaram bambas do jeito que só ele sabe fazer e um mundo de dúvidas se instalaram ali.

[apreensão]

Maldito desabor.

Mea culpa.

Algumas poucas palavras e breves explicações não cobradas e espontâneas.

"É a sua vida..."
...
...
...

[suspiro]

[olhares]

"Vem cá..."
...
...

[estranho alívio]

[estranho querer]

[estranho gostar]

...
...

[e o abraço mais foda do mundo]

...
...

"Vem, vamos dormir..."





"Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio. Eu te odeio, você é lindo dormindo, seu filho da puta. Eu te amo."
(Clarah Averbuck)

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